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Mulheres Protagonistas no Jornalismo

O dia do jornalista é comemorado em 07 de abril. Ele foi criado em homenagem ao jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró. Mas você sabe porque esse dia é comemorado no mesmo em que Dom Pedro I abdicou do trono? Seria uma coincidência? Não! A morte do jornalista teve sim, influencia na renúncia do imperador. Badaró era defensor da liberdade de imprensa e oposto aos ideais do império. O jornalista foi morto por seus inimigos políticos e sua morte aumentou ainda mais a crise contra o reinado de Dom Pedro. Os populares e políticos contrários ao império começaram a organizar atos, que cada vez se tornavam mais violentos. E foi toda essa crise que culminou na renúncia de Dom Pedro 1°, no dia 7 de abril de 1831. Cem anos após a renúncia, a Associação Brasileira de Imprensa criou o dia do jornalista, em homenagem ao jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró.

O jornalista é um profissional presente no dia a dia de todos. Assim como Badaró, todos os outros profissionais presam pela liberdade de imprensa e lutam contra a opressão em todos os sentidos. O mercado é composto majoritariamente por mulheres. Mais especificamente, 64% da classe é feminina, segundo uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2013.

Uma das precursoras da profissão foi Nísia Floresta Brasileira Augusta, que além de tudo, foi uma das primeiras feministas do país. Ela publicou o primeiro livro de temática feminista em 1832, chamado Direitos das mulheres e justiça dos homens. Também foi a responsável pela fundação da primeira escola para men

inas do Brasil. Nísia escrevia abertamente sobre a necessidade de que as mulheres tivessem acesso à uma educação de qualidade e não apenas a que era oferecida, que, segundo ela, tinha como objetivo formar donas de casas.

Em um dos trechos de seu livro diz claramente sobre a imagem machista daquele século e do quanto ela era injusta: “se cada homem, em particular, fosse obrigado a declarar o que sente a respeito de nosso sexo, encontraríamos todos de acordo em dizer que nós nascemos para seu uso, que não somos próprias senão para procriar e nutrir nossos filhos na infância, reger uma casa, servir, obedecer e aprazer nossos amos, isto é, a eles homens”. É importante salientar que a luta feminista não tinha muita força nessa época, então falar abertamente sobre a situação de inferioridade em que a mulher era colocada era um grande desafio. E ela continua. Dessa vez frisando a importância de que as mulheres sejam valorizadas por serem quem são: “as mulheres, encarregando-se generosamente e sem interesse, do cuidado de educar os homens na sua infância, são as que contribuem para esta vantagem, logo são elas que merecem um maior grau de estima e respeito públicos”.

É muito perceptível que Nísia vivia muito à frente de seu tempo. Como jornalista, ela começou a escrever para o jornal Espelho das Brasileiras, que era voltado para o público feminino e falava sobre a condição da mulher nas mais diversas culturas. Nísia foi jornalista por paixão; ela não era formada, não tinha o diploma, mas isso não tira seu mérito. A primeira jornalista formada do Brasil foi Narcisa Amália de Campos. Ela combateu o regime escravista e a opressão a mulher. Antes de jornalista, era poetisa, publicou dois livros com alguns de seus poemas e em 1884 fundou o jornal O Gazetinha, que era produzido quinzenalmente.

A sociedade machista não aceita que mulheres falem sobre economia, política ou esporte. O assédio, infelizmente, é algo comum as profissionais do jornalismo. Há algum tempo atrás, um caso ficou bastante conhecido. Mc Biel, foi gravado assediando uma repórter entrevistava ele. Uma situação completamente constrangedora e gratuita, igual às que tantas outras profissionais sofrem diariamente.

Recentemente, as jornalistas esportivas lançaram uma campanha contra o assédio que sofrem frequentemente em seus ambientes de trabalho. Por se tratar de um assunto que era dominado pelo público masculino, muitos homens não aceitam que as mulheres entendem tanto quanto eles sobre esportes, não apenas futebol. A #deixaelatrabalhar ganhou os trending topics no Twitter e deu bastante visibilidade ao assunto. As jornalistas organizaram também um vídeo com diversos flagrantes, para denunciar que são assediadas e humilhadas em seu ambiente de trabalho.

A mulher sempre esteve presente no jornalismo, desde o seu surgimento e apesar de serem maioria nas redações, não estão livres de preconceitos e desigualdades. O fato é que as mulheres têm ocupado todos os espaços e áreas e, não à toa, têm conquistando cada vez mais reconhecimento dentro e fora do jornalismo. Que os próximos dias do jornalista sejam marcados, cada vez mais, por boas notícias de, para, sobre e com as mulheres.


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