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Balanço da cobertura dos presidenciáveis pelo JN

O Jornal Nacional iniciou no dia 27 de agosto uma série de entrevistas com os quatro candidatos a presidente mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Foram entrevistados Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (rede). A ordem foi definida por meio de sorteio.

As entrevistas foram marcadas por ânimos exaltados e constantes interrupções, por parte dos candidatos e dos âncoras do Jornal Nacional, William Boner e Renata Vasconcelos. As perguntas giraram em torno do que será feito pelos candidatos caso vençam, em relação às melhorias necessárias no Brasil, e polêmicas envolvendo declarações e algumas atitudes.

Na primeira entrevista, Ciro Gomes foi questionado a respeito de Carlos Lupi, presidente de seu partido (PDT) e réu em uma ação civil pública por improbidade administrativa que tramita na 6ª Vara Federal de Brasília. Gomes citou também sua proposta de ajudar os brasileiros que possuem nome no SPC e Cerasa, a refinanciar suas dívidas.

O presidenciável defendeu as escolas de tempo integral e com ensino profissionalizante e errou ao afirmar que as bolsas Capes foram congeladas a partir do ano que vem.

A entrevista de Jair Bolsonaro exaltou os ânimos do Jornal Nacional e movimentou o falatório do povo brasileiro. O presidenciável manteve o tom de voz elevado na maior parte do tempo, dando algumas declarações polêmicas refente aos salários de William Boner e Renata Vasconcelos.

Jair Bolsonaro levou o livro “Aparelho Sexual e Cia – Um guia inusitado para crianças descoladas”, do suíço Phillipe Chappuis, publicado no Brasil pela Companhia das Letras, afirmando que este faria parte de um “kit gay”, cujo objetivo, segundo ele, é estimular a sexualidade entre as crianças. O ato de levar o livro foi duramente criticado por Boner, que pediu inúmeras vezes que o candidato abaixasse o material.

Ele citou também, entre outros assuntos, a burocracia existente na abertura de pequenas e micro empresas e os problemas resultantes disso na economia. Ao ser questionado a respeito de declarações homofóbicas e machistas, Bolsonaro tentou desviar e divagou em suas respostas. Negou também ter afirmando que homens e mulheres devem ganhar salários diferentes exercendo a mesma função, fato que pode ser confirmado pela entrevista do programa “SuperPop” da Rede TV, divulgado no dia 15 de fevereiro de 2016.

Geraldo Alckmin, o terceiro entrevistado do Jornal Nacional, derrapou ao afirmar que se tornou presidente de seu partido (PSDB), após Aécio Neves ter sido afastado, dando a entender que é melhor governante que o colega político. Alckmin tocou no assunto da redução dos índices de assassinato no estado de São Paulo afirmou que existem poucos presídios de segurança máxima no Brasil e errou ao afirmar que presos não têm contato com o mundo exterior por meio de telefones e outros meios de comunicação.

Na entrevista de Marina Silva, a presidenciável foi bastante interrompida por William Boner, e defendeu a posição do partido favorável ao impeachment da ex presidente Dilma Roussef. Defendeu que seu partido já discutia desde 2010 questões relacionadas à previdência. Tocou também no assunto da estratificação de gêneros no Brasil, e a extensiva diferença existente entre trabalho doméstico, realizados em 80% dos casos por mulheres.

Em termos gerais as entrevistas tiveram pouco rendimentos, pois na maior parte do tempo de tela, os âncoras da bancada do JN e os candidatos trocavam farpas e se interrompiam. Não houve permissão mútua para tempo de fala, os presidenciáveis tentavam falar por cima das longas perguntas e os jornalistas tentam impor suas falas sob os candidatos.

Foto: Reprodução.


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