Esse ano de 2017 completam 100 anos da imigração japonesa para o Brasil. É sabido que São Paulo é a maior colônia japonesa fora do Japão, mas por todo o território brasileiro temos esses imigrantes. Foi no início do século XX que os japoneses começaram a chegar em Goiás, e a partir da década de 30 o estado começou a receber mais famílias nipônicas.
Como as terras goianas eram boas, alguns japoneses vieram para cá trabalhar com gado. Outros fatores que fizeram parte da formação de comunidades nipo-brasileiras em muitas cidades goianas foi a integração da região com as demais, o cultivo de café e a influência da Prefeitura de Anápolis – que devolvia a terra com as escrituras aos seus trabalhadores sob o pagamento de uma taxa. Além disso, a presença de um veterinário japonês formado pela Universidade de Tóquio vivendo em Catalão, deu força e credibilidade aos incentivos de imigração para Goiás.
A adaptação dessas famílias aos costumes brasileiros foi bastante difícil, principalmente em relação à comunicação e à alimentação. Os hábitos alimentares muito diferentes dos brasileiros e a pouca fluência no português dificultava a convivência entre as comunidades nipônicas e locais. Os moradores de Goiás não confiavam nem aprovavam muito a migração desses estrangeiros para o estado.
Muitas das famílias japonesas se dedicaram exclusivamente à vida campestre, enquanto outras como as famílias Tani, Yoshida e a família Taia, foram para os ramos de comércio e indústria. Isso lhes proporcionou uma adaptação mais suave ao modo de vida brasileiro e também o reconhecimento do povo local. Mesmo se tornando parte da cultura goiana, os japoneses não deixaram sua pátria mãe de lado.
Segundo estimativas, mais de 3 mil japoneses vivem em Goiás, e um dos maiores orgulhos da comunidade nipônica é o aprendizado da língua mãe. As gerações mais antigas mantêm vivo o jogo Gate Ball, enquanto as mais novas trazem a comunicação de guerra feita através do som dos Taikôs (tambores japoneses) como uma atração cultural. Altares budistas, bibelôs japoneses, livros e até jornal em japonês são algumas das coisas que as famílias mais tradicionais ainda têm em casa para encurtar a distância entre Brasil e Japão.
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