Você já parou para pensar, o que é você estar numa sala de TV sentado vendo imagens sem o áudio e pessoas conversando sem você saber o que estão falando? Acredito que não é nada agradável e não há compreensão do que se está sendo comunicado.
Assim é como os surdos se sentem em relação ao mundo dos ouvintes, é como se eles não fizessem parte dessa sociedade.
Por isso o Decreto 10.436 da Lei da acessibilidade consta que a Língua Brasileira de Sinais (LBS / Libras) é reconhecida como segunda língua oficial do Brasil. A necessidade da comunicação em língua de sinais é muito importante para a sociedade surda, que chega a ser 7% da população, segundo o ultimo censo do IBGE, realizado em 2010.
Atualmente é garantido ao Surdo um intérprete de Libras nas escolas sejam públicas ou privadas, nos hospitais, acesso a educação em sua língua nativa, na qual eles possuem uma identidade, nos meios de comunicação através daquela janelinha que consta uma pessoa interpretando o que é falado.
Clarissa Guerretta (foto), apresentadora do Programa de TV INES (Instituto Nacional dos Surdos), perdeu a audição ao adquirir meningite aos dois anos de idade e assegura que a comunicação através da Libras e o acompanhamento de um interprete é de suma importância para a comunidade surda. Ainda acrescenta que quanto mais pessoas ouvintes aprenderem a língua, melhor será a comunicação entre os surdos e ouvintes.
Nos dias 24 e 25 de abril ocorreu a Conferência Nacional de Libras 2017 no Rio Grande do Sul, em que reuniu estudantes surdos e intérpretes de todo o país, em sua maioria comunidade acadêmica, para comemorar os 30 anos da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS). Essa entidade filantrópica luta pelos direitos dos surdos e tem parcerias com as Universidades Federais em quase todo o país no ensino no curso de Letras/Libras.
No local, Clarissa apresentou o canal da Feneis que busca uma outra comunicação, em que se coloca em destaque o intérprete e não matéria jornalística, pois a comunicação precisa ser efetuada. No evento também esteve presente o criador do aplicativo HUGO que faz os sinais em Libras ao ser acionado uma voz com a palavra. O aplicativo foi idealizado para facilitar a comunicação do ouvinte que precisa se comunicar com o surdo e não tem domínio da língua. Porém o aplicativo não substitui o estudo e aprendizado da Libras.
Em todo o país palestras, movimentos, congressos tem sido feitos em prol da identidade do surdo. Em Goiás, a Universidade Federal de Goiás (UFG), nos dias 30 e 31 de maio, em parceira com o INES/RJ, promoveu o evento do II SEMINÁRIO GOIANO DE EDUCAÇÃO BILÍNGUE, que discutiu a necessidade de escolas bilíngues para o ensino/aprendizagem dos surdos. O seminário contou com a presença de profissionais do INES/RJ, do curso de Letras/Libras de Goiás.
Imagens: Tv Ines e Piaui Hoje