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Moana, uma princesa de verdade

Uma personagem mulher em filmes da Disney tem necessariamente que se encaixar nos moldes tradicionais de uma princesa, certo? Não, errado!


Pegue sua pipoca e se prepare! Vamos falar sobre Moana – um mar de aventuras. A mais nova animação da Disney que veio para provar que a representatividade tem espaço para se realizar e é importante sim.


O filme conta a história de Moana, uma corajosa jovem que desde muito nova possui grande afinidade com o mar, mesmo frente à desaprovação de sua família. Moana é filha do chefe da tribo e, como sucessora, ela é destinada a liderar o povo de Motonui, habitante de uma ilha na Polinésia.


O problema é que o sonho de Moana sempre foi atravessar os recifes de corais e explorar o desconhecido mar de aventuras. Apoiada apenas pela avó, Moana cresce lidando com o conflito entre seus deveres como futura chefe sua vontade de velejar pelos mares da Oceania.


À parte a todos esses dilemas, há muitos anos atrás, o semideus Mauí roubou uma pedra preciosa, o coração da deusa Tefiti. Com isso, como maldição, a natureza passa a se deteriorar aos poucos. Mauí tem seu gancho mágico roubado e termina preso em uma pequena ilha deserta. O coração da deusa acaba perdido no fundo do mar.


Essas duas histórias se unem quando o oceano, que é personificado na animação, escolhe Moana para devolver o coração de Tefiti e restaurar o equilíbrio na natureza. Para isso, a jovem precisa encontrar Mauí e seguir com ele até a ilha de onde o coração da deusa foi roubado.


Realizando o seu antigo sonho de navegar pelo mar, Moana segue, então, em uma difícil jornada acompanhada pelo semi-deus Mauí.


A primeira questão que vale destacar é a aparência da protagonista, completamente fora dos padrões tradicionais eurocêntricos da Disney. Indígena, com cabelos crespos e sem cintura super fina, Moana é a primeira princesa da Disney a ser retratada de forma real e diversa.


Mesmo princesas como Mulan, que é chinesa, Pocahontas, que é indígena, e Tiana, a primeira princesa negra da Disney, tem aparências muito próximas à de bonecas. É preciso romper com esse ideal inalcançável, que faz crianças pelo mundo inteiro sofrerem por não serem capazes de se ver nos filmes que assistem.


Essa questão da representatividade pesa ainda mais para as minorias, as quais dificilmente tem espaço na mídia em geral. Por isso Moana é tão importante. O sucesso de personagens como ela abre espaço para que surjam novas heroínas representativas e fora do padrão.


Infelizmente, ainda falta muito para chegar perto do ideal. Mas, certamente, filmes como Moana – um mar de aventuras tem papel fundamental na mudança de visão que a sociedade está precisando.


A discussão da representatividade foi tão importante no filme que os produtores fizeram questão de escolher uma polinésia nativa para dublar Moana. Além disso, os autores da história fizeram várias viagens às ilhas do pacífico, onde se reuniram com antropólogos e para entender melhor a cultura local e assim, representar com todo o cuidado as crenças e costumes do povo.


Outro ponto que merece destaque diz respeito à narrativa em si, o papel de Branca de Neve, a primeira princesa da Disney, é basicamente esperar para ser resgatada pelo príncipe. E assim acontece com Aurora, Ariel, Cinderela e a maioria das outras princesas, que parecem não ser protagonistas em suas próprias histórias.

Mesmo quando não são salvas por um príncipe, as princesas dos filmes Disney só encontram a verdadeira felicidade quando se casam. É o caso de Mulan, Tiana e Bela, por exemplo.


Recentemente, Elsa, do filme Frozen – uma aventura congelante, e Merida, do filme Valente, provaram que é possível contar histórias de mulheres sem se prender ao modelo da princesa em perigo, com Moana também é assim.


A heroína dessa história é sucessora da chefia da ilha e em momento nenhum há a necessidade de casamento para validar sua autoridade. Aliás, relacionamentos amorosos sequer são mencionados no filme, focado nas aventuras de uma corajosa jovem e no relacionamento dela com sua família e seu povo.


Além disso, Moana é uma personagem persistente e com personalidade forte, que não apela ao estereótipo da mulher adorável e desastrada. Desafiando o próprio pai, embarca em uma perigosa missão para salvar o bem comum e não se intimida nem com a teimosia e arrogância do semi deus Mauí.


Moana – um mar de aventuras estimula o empoderamento feminino e mostra às meninas em todas as partes do mundo que elas também podem ser heroínas.


Imagem: Disney Wiki

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