Nesta quinta-feira, 20 de abril, o Brasil comemora o Dia do Disco. Por várias décadas, desde sua criação em 1948, o disco de vinil foi a principal mídia de reprodução de áudio, e até hoje tem grande importância cultural. Embora tenha se tornado objeto "retrô" e seja utilizado para decoração, o vinil ainda é procurado e admirado por colecionadores no mundo inteiro. Em 2007, foi criado o Record Store Day, que surgiu nos Estados Unidos como forma de valorização dessa cultura.
O vinil foi criado no fim da década de 1940, substituindo a mídia anterior, o disco de goma-laca, que existia desde 1890. Constituído por uma espécie de plástico leve e delicado, em geral de cor preta, que reveste discos de alumínio. É muito frágil à poeira e a arranhões, que pode prejudicar não só a sua superfície, como também a agulha do toca-discos. Por isso, precisa estar sempre guardado na capa e no envelope protetor.
Quatro tipos de disco costumavam ser produzidos durante o auge do vinil: O single, ou compacto simples, com 17 cm de diâmetro, rodava em torno de 4 minutos em 45 rotações por minuto e costumava ser usado para divulgar a principal música de um álbum a ser lançado; o EP, ou Extended Play, com 25 cm de diâmetro, rodava 8 minutos por lado (45 RPM), e podia conter em torno de 4 faixas; O maxi, ou Maxi Single, com 31 cm de diâmetro (45 RPM), comportava 12 minutos por lado; já o Long Play, com 30 cm de diâmetro, comportava 20 minutos por lado (33 RPM), e era usado para a comercialização de álbuns completos.
Mas o vinil não era apenas um formato para armazenar e reproduzir músicas. Os discos de vinil eram embalados em capas que muitas vezes chegavam a ser tão planejadas e trabalhadas pelos artistas quanto as próprias músicas. Os amantes do disco têm verdadeira paixão pelo ato de tirar o disco da capa, admirar a arte de embalagem enquanto ouvem a música, e depois mudar o lado do disco manualmente.
O vinil teve seu auge nos anos 1950, 1960 e 1970. Entre o final da década de 1980 e o início de 1990, o vinil perdeu espaço para o compact disc, ou CD, que foi inventado com a promessa de maior capacidade, durabilidade e clareza sonora. Assim, os discos foram sendo substituídos, até quase desaparecerem nos anos 2000.
O Record Store Day, ou RSD, foi criado em 2007 como uma tentativa de reunir pessoas que ainda ouvem, colecionam, compram, vendem e trocam discos. A data se tornou comemorativa e uniu colecionadores e lojistas do mundo inteiro, e em 2014, notou-se um crescimento de 50% na comercialização de vinis nos Estados Unidos.
No Brasil, o Dia do Disco foi instaurado no Rio de Janeiro em 1978, pelo vereador Edgar de Carvalho, como forma de homenagem ao cantor e compositor de samba Ataulfo Alves, que morreu em 20 de abril de 1969. O Dia do Disco era determinado pela Lei 78 de 23/12/1978, doravante revogado para ser incluído na Lei 5.146 de 07/01/2010, que está em vigor e trata dos eventos, datas comemorativas e feriados no município do Rio de Janeiro.
Algumas pessoas, entretanto, consideram como Dia do Disco o dia 12 de agosto, data em que Thomas Edison inventou o primeiro fonógrafo, em 1877.
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