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As fases da Operação Lava-Jato

Em março de 2014, foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) a famosa Operação Lava-Jato com o objetivo de desfazer organizações criminosas que estavam fazendo lavagem de dinheiro dentro da Petrobrás. Essa ação teve o envolvimento de outros órgãos públicos como o Ministério Público Federal e a Receita Federal, e tem como investigados pessoas ligadas à direção, gerência e tesouraria da Petrobrás e também parlamentares.

O juiz federal Sérgio Moro é responsável pelos processos da Lava-Jato na primeira instância do Judiciário. Dentro dos três anos de investigação completados no dia 17 deste mês, calculou-se um prejuízo de aproximadamente 19 bilhões de reais pelas ações de lavagem de dinheiro. Até agora a investigação passou por 38 fases.



FASE A FASE


1ª fase

A Operação Lava-Jato começou com a prisão de 24 pessoas acusadas de lavagem e desvio de dinheiro, evasão de divisas, entre outros crimes. Um grupo de doleiros foi descoberto em um esquema ilícito, que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Entre os presos, estava o doleiro Alberto Youssef, já conhecido em investigações da Justiça.


2ª fase

A PF prendeu preventivamente o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.Investigações mostraram que Costa recebeu de presente de Alberto Youssef uma Land Rover. O ex-diretor era suspeito de envolvimento com os integrantes da quadrilha de doleiros e tentava destruir provas que o ligavam a Youssef.


3ª fase

Foram apreendidos R$ 70 mil em dinheiro e vários documentos, inclusive na sede da Petrobras. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva, e um de prisão temporária. A ação buscou reunir provas sobre a ligação de Paulo Roberto Costa com o doleiro Alberto Youssef na empresa Ecoglobal Ambiental.


4ª fase

Paulo Roberto Costa foi preso novamente. Além das razões que levaram a primeira prisão, o juiz argumentou na decisão de prendê-lo que o ex-diretor tinha US$ 23 milhões em contas bloqueadas na Suíça. Também foram bloqueados mais US$ 5 milhões em contas que estariam em nome de familiares de Costa e também do doleiro Alberto Youssef.


5ª fase

Dois ''laranjas'' de Alberto Youssef são presos preventivamente: João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado e Iara Galdino da Silva. Os dois mantinham escritórios em São Paulo que gerenciavam as contas do doleiro no exterior.


6ª fase

A Polícia Federal cumpriu 12 mandados, sendo 11 deles de busca e apreensão e um de condução coercitiva em empresas vinculadas ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e seus familiares. Vários documentos foram apreendidos.


7ª fase

Batizada de Juízo Final, a operação prendeu o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e 17 executivos de grandes empreiteiras. As construtoras investigadas somavam contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras.


8ª fase

O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, é preso preventivamente. A acusação sobre Cerveró foi de participação em crimes, como corrupção contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro entre 2006 e 2012.


9ª fase

A Operação My Way teve como alvo a Diretoria de Serviços da Petrobras e a BR Distribuidora. Os mandados de busca foram direcionados a 26 empresas, a maioria delas de fachada. Quatro pessoas foram presas. O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi levado para depor. Na empresa Arxo, foram apreendidos 500 relógios de luxo.


10ª fase

- "Que país é esse?" Na Operação 'Que País é Este?', o ex-diretor Renato Duque voltou a ser preso preventivamente. O MP constatou que ele tinha contas secretas na Suíça, no valor de 20 milhões de euros, esvaziadas posteriormente, e transferidas para o Principado de Mônaco. Foram apreendidas 131 obras de arte na casa do ex-diretor. Mais cinco pessoas foram presas.


11ª fase

A Polícia Federal desarticulou um esquema que desviava dinheiro de contratos de agência de publicidade na 11ª fase da operação, batizada de “A Origem”. Foram presos preventivamente os ex-deputados André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa.


12ª fase

O ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi preso. Os investigadores detectaram vários depósitos suspeitos nas contas da mulher e da cunhada, que, segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, são indícios de “lavagem de dinheiro”.


13ª fase

Milton Pascowitch, apontado como operador do esquema, foi preso em SP. Ele é citado pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco como operador de pagamento de propina oriunda de contratos da estatal. Milton também pagou, por meio de sua empresa, a Jamp Engenheiros Associados Ltda, R$ 1,45 milhão à JD Consultoria, de José Dirceu.


14ª fase

Batizada de 'Erga Omnes', a PF prendeu nesta fase os presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez. Entre os presos, estavam ainda os executivos Márcio Farias e Rogério Araújo, da Odebrecht, e Paulo Dalmaso e Elton Negrão, da Andrade Gutierrez.


15ª fase

O ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Zelada foi preso e foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão no Rio e em Niterói. Chamada de Conexão Mônaco, a 15ª fase da Lava-Jato investigou crimes de corrupção, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.



16ª fase

A ação Radioatividade cumpriu 30 mandados judiciais em cinco cidades. Dentre outros fatos, foram objeto de apuração, a formação de cartel e o prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3 e o pagamento indevido de vantagens financeiras a empregados da Eletronuclear. Um dos presos foi Othon Luiz Pinheiro da Silva - diretor afastado.


17ª fase

Na fase 'Pixuleco'', a Polícia Federal prendeu o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. O irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, o ex-assessor de Dirceu, Roberto Marques, e o dono da empresa de informática Consist, Pablo Kipersmit também foram presos.


18ª fase – Pixuleco II

Cerca de 70 policiais federais cumprem na manhã desta quinta-feira a 18ª fase da Operação Lava-Jato. O ex-vereador do PT de Americana (interior de SP) Alexandre Correa de Oliveira Romano foi preso em São Paulo, suspeito de operar no esquema de corrupção, revelado pelo GLOBO, com a empresa Consist.


19ª fase

A fase revelou um novo operador supostamente ligado ao PMDB, João Augusto Rezende Henriques. Durante a operação, também foi preso o empresário José Antunes Sobrinho, sócio-diretor da Engevix. Ele já era réu na Lava-Jato em outra ação envolvendo dirigentes da Eletronuclear.


20ª fase

As ações da 'Operação Corrosão', segundo a PF, tiveram como alvo ex-funcionários da Petrobras investigados pelo recebimento indevido de valores, notadamente em contratos relacionados com as refinarias Abreu e Lima e Pasadena. Dois envolvidos no esquema tiveram a prisão temporária decretada e cinco foram conduzidos pelos policiais para prestar depoimento.


21ª fase

O pecuarista José Carlos Bumlai é preso preventivamente em Brasília. Amigo do ex-presidente Lula, o empresário é acusado de envolvimento em fraude no contrato para a operação do navio-sonda Vitória 10.000.


22ª fase

Na ação, chamada de Triplo X, foram cumpridos 23 mandados judiciais, sendo seis de prisão temporária (com cinco dias de validade) nas cidades de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e em Joaçaba (Santa Catarina). Alvo era obras da Bancoop, cooperativa dos bancários que foi presidida pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.


23ª fase

Denominada 'Acarajé', a 23ª fase cumpriu 51 mandados, sendo 38 de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva. Um dos alvos foi o publicitário João Santana, responsável pelas campanhas que levaram Lula e Dilma à Presidência. As ações reuniram 300 agentes da PF no Rio, São Paulo e Bahia.


24ª fase

Batizada como 'Aletheia', a operação cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Lula. O ex-presidente também foi alvo de um mandado de condução coercitiva. Também foram levados para depoimento dois filhos de Lula, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e os empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna.


25ª fase

Polimento Na primeira fase internacional da Lava-Jato, a força-tarefa prendeu, em Portugal, o operador financeiro Raul Schmidt Felippe Junior, que estava foragido desde julho de 2015. Elé é suspeito de envolvimento em pagamentos de propinas aos ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada.


26ª fase

Xepa Desdobramento da 23ª fase, a força-tarefa da operação teve como principal alvo a Odebrecht. Segundo a PF, foi descoberto um esquema de contabilidade paralela no âmbito do Grupo Odebrecht destinado ao pagamento de vantagens indevidas a terceiros, vários deles com vínculos com o poder público.


27ª fase - Carbono 14

O ex-secretário geral do PT Sílvio Pereira e Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC, foram presos na 27º fase da operação, batizada de 'Carbono 14'. A operação mirou um empréstimo de R$ 12 milhões retirado para o PT, em nome do pecuarista José Carlos Bumlai, no Banco Schahin no qual Ronan Maria Pinto teria sido o beneficiário final de metade do empréstimo.


28ª fase - Vitória de Pirro

Denominada por expressão histórica que, segundo a PF, representa uma vitória obtida mediante alto custo, adotada para vitórias consideradas inúteis, a nova fase da Lava-Jato prendeu o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), assessores do ex-parlamentar, acusados de cobrar propina para evitar o depoimento de empreiteiros na CPI da Petrobras, formada por senadores e deputados, em 2014.


29ª fase - Repescagem

O ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu foi preso preventivamente na 29ª fase, denominada 'Repescagem'. Ele é apontado como operador político no esquema e já havia sido condenado no Mensalão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Agentes da PF cumpriram mandados 6 mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária. em Brasília, Recife e Rio de Janeiro.


30ª Fase Operação Vício

A operação prendeu preventivamente Flávio Henrique de Oliveira e Eduardo Aparecido de Meira, donos de empresa fornecedora de tubos, que fazia contratos fictícios com laranjas. No total, estima-se que mais de R$ 40 milhões em propina tenham sido pagos entre 2009 e 2013. O ex-ministro José Dirceu e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque também foram citados.



31ª fase - Operação Abismo

A operação mirou fraudes na licitação da reforma do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio, além de pagamentos de propina a funcionários da estatal e repasses ao PT. Um dos alvos foi Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do partido. Foram presos preventivamente Edson Freire Coutinho, ex-executivo do Grupo Schahin, e o vice-presidente da Construcap, Roberto Ribeiro Capobianco.


32ª fase - Operação Caça-Fantasmas

A PF cumpriu 17 ordens judicais em São Paulo, São Bernardo do Campo e Santos. A ação teve com alvo uma instituição financeira panamenha que atuaria no Brasil, sem autorização do Banco Central, com o objetivo de movimentar valores de origem duvidosa para o exterior. O banco tinha como produto, também, a comercialização de empresas offshore, registradas pela Mossack Fonseca.


33ª fase - Operação Resta Um

O ex-presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, e o ex-diretor da construtora Othon Zanoide de Moraes Filho foram presos preventivamente. A PF cumpriu 32 ordens judiciais. A operação mirou contratos do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), das Refinarias Abreu Lima, Vale do Paraíba, Landulpho Alves e Duque de Caxias. Também apontou indícios do pagamento de propina por executivos da empreiteira para dificultar os trabalhos da CPI da Petrobras, em 2009.


34ª fase - Operação Arquivo X

Ex-ministro da Fazenda Guido Mantega é preso na quinta-feira, 22 de setembro, na 34ª fase da operação, batizada de Arquivo X. A prisão se deu a partir de um depoimento prestado por Eike Batista ao MPF no qual ele diz ter recebido pedido do então ministro e presidente do Conselho de Administração da Petrobras para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, no interesse do PT.


35ª fase - Operação Omertà

O ex-ministro da Fazenda de Lula e da Casa Civil de Dilma é preso, junto com dois ex-assessores, menos de uma semana depois da prisão e soltura de Guido Mantega. A operação Omertà investiga indícios de uma relação criminosa entre Palocci com o comando da Odebrecht. O ex-ministro aparece nas planilhas do setor de Operações Estruturadas da empreiteira, uma espécie de diretoria de propinas, como 'italiano', com movimentação financeira de cerca de R$ 200 milhões.


36ª fase - Operação Dragão

A Polícia Federal expediu mandado de prisão preventiva para o empresário e lobista Adir Assad, já detido em Curitiba, e para o advogado Rodrigo Taclan Duran. O MPF encontrou evidências de que ambos usaram contas bancárias em nomes de offshores, empresas de fachada e contratos falsos para lavar mais de R$ 50 milhões. A PF cumpriu, ainda, 16 mandados de busca e apreensão.


37ª fase - Operação Calicute

A operação da força-tarefa do MPF e PF cumpriu dezenas de mandados de busca e apreensão e prendeu Cabral e outras sete pessoas envolvidas em desvios de contratos com empreiteiras em obras de grande porte. Dezenove dias depois da prisão de Cabral, foi a vez da mulher dele Adriana Ancelmo ser presa por envolvimento nos crimes de lavagem, corrupção e organização criminosa.


38ª fase - Operação Blackout

Policiais federais cumpriram 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva no Rio contra Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho respectivamente. Eles são apontados pelo MPF como operadores financeiros que atuaram em desvios de verbas na Petrobras. A atuação de ambos na estatal começou nos anos 1980, segundo investigadores.

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