Lançada no dia 25 de novembro de 2016, “3%” (Três Porcento) já é o seriado de língua não-inglesa mais assistido nos Estados Unidos – país que lidera o ranking de assinantes da Netflix. Dentre todas as séries que não tem o inglês como idioma original das personagens, ela foi a mais bem recebida, caracterizando uma novidade. Afinal, a maioria das disponíveis nesta plataforma streaming serve aos falantes da língua inglesa.
A produção da série é totalmente vinculada ao Brasil. Com ideia original de Pedro Aguilera e direção de César Charlone, a equipe executiva e o elenco são todos brasileiros. Além dos bastidores, a história, o cenário e o desenrolar da trama também ocorrem sempre no maior país da América do Sul. Com oito episódios, a primeira temporada termina dando a entender que trará continuidade. Mas a produção de uma segunda depende muito da repercussão que ela ainda vai ter.
Fim dos tempos é a temática de 3%. A história se desenrola num cenário pós-apocalíptico em que as pessoas lutam por sobrevivência. O mundo está destruído e, no Brasil, objetivo de todos é viver no Maralto, um lugar de desejo onde as condições de vida são muito melhores. Entretanto, eles precisam passar por uma seleção para merecer estar lá, o que é chamado na série de “O Processo”. A realidade é que 97% das pessoas que tentam, não conseguem.
A proposta de exibição da série foi negada por dez emissoras, mas isso não fez seus criadores desistirem dela. Inicialmente, três episódios piloto foram disponibilizados no YouTube em 2011. Este piloto foi vencedor da 1ª etapa do Edital de Seleção de Desenvolvimento e Produção de Teledramaturgia Seriada para TVs Públicas (FicTV/Mais Cultura - MinC) e da Mostra Competitiva de Pilotos Brasileiros na categoria Séries de Ficção (Festival Internacional de Televisão 2010).
Após receber olhares curiosos, 3% ganhou perspectivas de se tornar uma série televisiva e só precisava de um patrocinador. A Netflix foi quem acreditou em seu potencial e resolveu financiá-la. No Brasil, sua estreia não foi muito aclamada, mas repercutiu bastante na imprensa norte-americana.