O natal está se aproximando!! E eu e você sabemos que com tão pouco tempo faltando, cresce toda a propaganda que é feita a seu respeito. Nesse mês do ano todos estão sempre se referindo ao espírito natalino, lembrando o quanto ele é especial e único, contanto histórias e lembrando momentos que ficaram registrados. Mesmo que atualmente o natal seja comemorado de forma muito ligada ao marketing, podemos ver nele todo um conjunto de representações, vários elementos e signos e também de personagens marcantes em vários países. Hoje vamos tratar especialmente das lendas e contos natalinos, e vamos combinar que elas ajudam a tornar o natal ainda mais especial, justamente por atribuir a ele um olhar místico.
Quase todo mundo conhece a história de uma criatura verde que mora no alto de uma montanha, se alimenta de lixo, odiando o natal. Bom, a história não é bem uma lenda, mas o Grinch é uma dessas personagens natalinas que a gente dificilmente vai esquecer. Como o Grinch roubou o natal é na realidade um livro de 1957, que ganhou as telas na atuação do ator Jim Carrey. A história trata basicamente do Grinch, uma criatura peluda que amedronta a cidade vizinha. Depois, claro, ele conhece a menina Cindy Lou e os dois descobrem juntos o verdadeiro espírito do natal. Por falar em espírito de natal, você já ouviu falar no conto a noite antes do natal? Não? Sabia que esse conto foi praticamente o que nos deu a imagem atual que temos do papai noel? O conto, escrito por Clement Clarke Moore em 1822, descreve um velhinho roliço e barbudo, alegre, que entra nas casas pela chaminé e pilota um trenó puxado por renas voadoras. A história contada é a de um menino que presencia a chegada do papai noel, que lhe deixa vários presentes e presentes é o que todo mundo espera ganhar no dia 25. Conhecidos hoje quase como sendo fofos e cômicos, os Jolasveinar ou Yule Lads são treze irmãos trolls. Cada um deles é arteiro e pregam diferentes peças. Inicialmente, contudo, o grupo era conhecido por aterrorizar e roubar moradores durante a época do natal, coisa que, convenhamos, não é nada fofa. Na Islândia, os Yule Lads têm uma função parecida com a do papai noel. As crianças recebem um presente de cada um dos 13, até o dia do natal. Yule Lads, em tradução literal, é algo parecido com meninos do natal. E, apesar do nome, é bom não se enganar, todos os 13 meninos são na verdade velhos com aparências um pouco... assustadoras. E vejam que gracinha! Os Yule Lads também têm seu próprio animação de estimação. Seu nome é um pouco complicado de se pronunciar, mas quem se importa? Ele não é o que se pode chamar de um bom gato, o seu trabalho não é nada menos do que comer todas as crianças que não receberem roupas novas a tempo para o natal. Claro, não há tempo para se pensar nos menos favorecidos aqui. Indo em direção contrária a todo o espírito natalino, temos o próximo conto. The Night Before Chirstmas do russo Nikolai Gogol, é uma história sem muitas mensagens bonitas, contadas às crianças e que faz parte do folclore ucraniano. A história começa com o diabo querendo punir o ferreiro de uma cidade por pintar um retrato seu numa igreja. Bom, esse ferreiro é apaixonado por uma moça, e aparenta estar determinado a ganhar seu coração, mesmo que isso signifique lutar com o diabo. Pode até parecer uma exceção, mas a verdade é que as histórias natalinas não costumam ser as mais belas e algumas têm algo de meio creepy. Falamos aqui sobre o Grinch, mas ele não é nem de longe uma personagem assustadora. O natal não é apenas sorrisos e coisas bonitas em contos. O papai noel é conhecido por todos como sendo o bom velhinho, que presenteia sempre as crianças que se comportaram bem durante o ano. Para contrapor a essa figura benevolente, surge o Krampus, uma criatura com aparência demoníaca que castiga as crianças que não foram boas durante o ano. Como ele faz isso? Simples, ele as leva em um saco. O Krampus é uma espécie de antinoel, sendo uma figura bastante comum na Áustria, aparecendo, no entanto em várias lendas em países do leste europeu. Quando o assunto é natal, o folclore dos países europeus é permeado por criaturas de aparência assustadora ou de índoles não muito boas. Há situações com bastante controvérsias. Por exemplo, você sabia que a Alemanha tem seu próprio noel? Digamos que ele é uma versão diferente do papai noel que conhecemos. Seu nome é Sinterklaas, o que é basicamente papai noel em alemão. Ele veste roupas vermelhas e usa barba branca, anda com um chapéu de bispo e carrega sempre consigo um grande livro vermelho, em que grava o nome de todas as crianças que foram boas ou más. A parte ruim, infelizmente, é que o tal papai noel alemão tem um escravo negro, o que causa muita discussão.
A Holanda também tem sua própria versão do papai noel que tem também um escravo negro como seu ajudante. No caso, o ajudante rapta as crianças que não se comportaram bem. Há uma tradição nesses países em que algumas pessoas pintam seus rostos de preto, o que é visto por alguns como uma evidência de um certo racismo. Alguns contos da Alemanha e da Áustria costumam mostrar a personagem Frau Perchta. Ela é referida como sendo uma bruxa, e é conhecida por recompensar as pessoas, como também pela sua punição do pecador. O que ela faz? Ela corta as barrigas das pessoas e remove seus órgãos internos,, os substituindo por lixo. Poderíamos dizer que com relação ao natal, a Alemanha e a Áustria são bem assustadoras, mas há lendas de outros países europeus que apresentam personagem tão cruéis quanto as que já foram citadas. E eu não poderia deixar essas duas últimas criaturas de fora. No folclore escandinavo, o Tomtem é um ser que se assemelha aos conhecidos gnomos de jardim, os quais vivem nos túmulos e agem como protetores das famílias que os abriga. Você apenas não deve enfurecê-los, pois eles são capazes de enlouquecer as pessoas com seus truques. Há uma lenda francesa que conta que um homem chamado Père Fouettard e sua esposa atraíram três crianças para dentro de seu açougue para roubá-las. Após matá-los cortando suas gargantas, ele usou as despedaçou e escondeu seus corpos em barris. Quando são nicolau, o papai noel, descobriu o crime, ele reviveu as crianças e condenou Père a servi-lo eternamente entregando carvão para quem se comportou mal.
Claro que o natal, uma época tão boa, não sobrevive apenas de histórias mal ditas. Há uma lenda que nos leva até o Rei Arthur. Na história, Persival, um dos cavaleiros da mesa redonda, descobriu uma árvore cheia de luzes brilhantes, que se moviam como estrelas, enquanto buscava o Santo Graal, o cálice da última ceia de Jesus. Há uma história que conta que Martin Luther King, caminhando por um bosque nas vésperas do natal, ficou deslumbrado com a beleza de milhões de estrelas que brilhavam através dos ramos das árvores. Ele ficou tão impressionado que decidiu cortar uma pequena árvore e levá-la à sua casa, recriando a mesma imagem que viu no bosque. E agora, uma menção honrosa: todo mês de dezembro, um envelope com um selo do polo norte chegava para os filhos de Tolkien, o escritor britânico. No envelope, havia uma carta do papai noel escrita à mão e sempre com um lindo desenho. Nas cartas, o velhinho narrava as histórias sobre sua vida no polo norte. Tudo isso, Tolkien fez para seus filhos.