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Elementar, meu caro Watson

Esse Perdidos no Tempo está envolto em mistério. Consegue adivinhar o personagem de hoje? Bem, vou dar umas dicas... Em Londres, na Baker Street, mais precisamente no apartamento 221-B, mora um homem alto, extremamente magro e pálido, conhecido por estar sempre fumando um cachimbo. E agora já conseguiram adivinhar? Elementar, meu caro leitor, estou falando do célebre detetive Sherlock Holmes. O nome é tão famoso e familiar que até parece pertencer ao mundo real, mas trata-se de um personagem fictício gerado pela mente do médico e escritor britânico Sir Arthur Conan Doyle.

Doyle nasceu em Edimburgo em maio de 1859, e mesmo enquanto estudava medicina já nutria o desejo de se tornar escritor. Após se formar, passou os próximos anos lutando para equilibrar a carreira médica com ofício da escrita. Mais tarde, Doyle abandonou a medicina e passou a se dedicar exclusivamente a ser reconhecido como escritor. Em 1886, Doyle começou a escrever o romance de mistério um novelo embaraçado. O livro foi lançado dois anos depois, após ter sido rebatizado como um estudo em vermelho. O romance apresentou ao público, pela primeira vez, o detetive Sherlock Holmes e seu assistente Watson. Além de render a Doyle o reconhecimento que tanto desejava foi a primeira das 60 histórias que o escritor publicou sobre Holmes em sua carreira. As histórias, narradas sob o ponto de vista de Watson, são sempre sobre crimes praticamente insolúveis e outros mistérios que precisam ser decifrados. Utilizando de metodologias científicas e da lógica dedutiva, Sherlock ganhou fama se mostrando obsessivo na hora de decifrar um mistério. Além de sua aparência física, descrita por Watson, o que se sabe sobre sua personalidade são características reveladas aos poucos nos livros, Sherlock apresenta uma boa dose de orgulho, uma determinada tendência ao perfeccionismo, sempre acreditando ter a resposta certa para tudo. Com um ótimo faro para palpites corretos, Holmes aparenta ser desprovido de qualquer imperfeição, assim como provavelmente desejava seu autor, mas com certeza exibe vários defeitos. Em suas histórias, o personagem também deixa aparecer uma face cheia de manias, vícios e obsessões. Doutor Watson, seu assistente e amigo, é igualmente conhecido pelo público, especialmente pela célebre frase “Elementar, meu caro Watson”. O que não se sabe, é que tal frase jamais foi dita for Sherlock nas histórias originais. Foi o ator e diretor William Gillette que a difundiu quando interpretou o detetive em uma peça na década de 1980.

Outros personagens recorrentes nos livros são o inspetor Lestrade e o professor Moriarty. O primeiro é um famoso detetive da Scotland Yard, a polícia de Londres, que sempre leva o crédito pelas deduções de Holmes. Já professor Moriarty é o grande arqui-inimigo de Sherlock, quase sempre por trás dos crimes que o detetive tenta solucionar. Embora muita gente não saiba, Sherlock tem um irmão mais velho, a quem admira muito. Mycroft Holmes, que trabalha para o governo britânico e, segundo o próprio irmão, é mais brilhante e tem um senso de dedução e observação muitas vezes superior ao seu. Holmes atua de forma genial no campo criminal, ele decifra crimes como nenhum outro é capaz, a ponto desta atividade se tornar essencial para sua sobrevivência, pois nos momentos ociosos, ele cai imediatamente em estado de depressão. Todas estas características do obstinado detetive, até mesmo esta inclinação melancólica, contribuem para intensificar o encanto que ele exerce em seus leitores. Ele é um homem da ciência e da razão, não muito afeito ás emoções. Por um lado, é pessoa culta que sabe um pouco de tudo, por outro, revela-se um lutador de boxe e virtuoso violinista.

Este personagem singular conquistou o coração de leitores do mundo todo, independente de idade ou nacionalidade. Seus leitores se encantaram com sua personalidade enigmática e altiva desde o início. Talvez por isso ele tenha se transformado na criação literária mais adaptada para o cinema, televisão e para os quadrinhos e também a mais pesquisada e investigada por inúmeros estudiosos. Exemplos de produções inspiradas no detetive são os filmes visões de Sherlock Holmes, em que o criminalista faz terapia com o próprio Sigmund Freud e o enigma da pirâmide, de Spielberg, que cria um suposto contato entre Sherlock e Watson quando ainda eram estudantes. Várias séries televisas também recriaram o personagem. Além de livros, inclusive um brasileiro, o Xangô de Baker Street, obra na qual o detetive visita o Brasil na época do Império. E um, em que Holmes viaja até o Japão para decifrar crimes da yakuza, a máfia japonesa. Em 1928, dois anos antes da morte do autor, as últimas doze histórias de Doyle sobre Sherlock Holmes foram publicadas em uma coletânea chamada “O Arquivo Secreto de Sherlock Holmes”. Sir Arthur Conan Doyle faleceu em 7 de julho de 1930 no jardim de sua casa, vítima de problemas circulatórios, mas nos deixou um personagem brilhante e imortal e seu nome escrito na história da literatura.

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