Hoje, vamos falar de um assunto que mesmo sendo novidade, já está se popularizando bastante, o coletor menstrual e sobre como as mulheres lidaram com a menstruação ao longo do tempo. O assunto, infelizmente, ainda é considerado um tabu pela sociedade, mas muitas mulheres, no Brasil inclusive, já estão aderindo ao copinho que substitui os absorventes convencionais. As formas de lidarmos com a menstruação se tornaram mais práticas com o passar do tempo. Porém, as mudanças ainda são recentes principalmente se pensarmos que há pouco tempo, as pessoas não tinham coragem de conversar abertamente sobre o assunto. O próprio coletor menstrual é um exemplo, ele existe desde a década de 1930 e só se popularizou agora. O estigma sobre a menstruação remonta aos tempos pré-históricos Entre os caçadores, havia o risco de entrarem em contato com o sangue, o que poderia atrair animais, resultando em um temor por ataques Posteriormente, a ignorância sobre o assunto gerou um grande tabu que ainda deixa resquícios na sociedade. “Nada existe de mais poderoso do que o fluxo menstrual. Mulheres menstruadas tornam o leite azedo e as sementes estéreis, plantas murcham, frutos tombam das árvores. O olhar delas faz o espelho opaco, cega as lâminas, tira o brilho do marfim. As abelhas abandonarão as colmeias tocadas por uma mulher menstruada.” Essas são as palavras do pensador romano Cícero, que defendia que nada poderia ser mais nocivo que o fluxo menstrual.
Na Idade Média, a igreja proibia as mulheres menstruadas de comungar. Em 800 A.C, os persas acreditavam que a mulher menstruada era impura e esta era isolada por mais de quatro dias em uma sala que continha palha seca espelhada no chão. Nos Séculos XVIII e XIX, a menstruação era considerada uma enfermidade. Os médicos da época acreditavam que, durante esse período, as mulheres ficavam especialmente fracas e predispostas a uma grande variedade de doenças. Por isso, era recomendado que elas se mantivessem em repouso e também que evitassem qualquer tipo de atividade física ou mental. Era completamente proibido que as mulheres dançassem ou praticassem algum outro tipo de exercício e até mesmo que viajassem durante o período menstrual.
A primeira evidência que sobreviveu até hoje sobre o que as mulheres usavam durante a menstruação vem do Egito Antigo. Os pesquisadores acreditam que as mulheres egípcias utilizavam papiros amaciados e ervas para produzir um tipo de tampão descartável rudimentar. Na época romana, acredita-se que usavam algodão e lã.
Em geral, no mundo, peles de animais foram usadas para absorver o sangue menstrual. Contudo, aparentemente muitas mulheres entre 1700 e 1900 não usavam nada especial, apenas panos, toalhas ou a própria roupa. A especulação é que talvez as mulheres perdessem menos sangue antigamente. Não se pode ter certeza sobre este fato, mas é possível, considerando que as pessoas não eram tão bem alimentadas no passado como agora e isto explicaria como elas continham a menstruação apenas com pedaços de panos.
Não existe um único inventor ou uma data precisa do aparecimento do absorvente. Os estudos para a criação de absorventes descartáveis começaram na Alemanha, no fim do Século XIX. O primeiro desses produtos, uma espécie de bandagem que as mulheres colocavam sobre a calcinha apareceu nas lojas em 1890.
Outros avanços significativos aconteceram na década de 1930. Nessa época, chegou ao Brasil o primeiro absorvente descartável vendido no país. E, nos Estados Unidos, surgiu o primeiro registro de patente de um absorvente interno. Por aqui, a novidade só chegaria quatro décadas depois.
Dentre tantas inovações, o coletor menstrual só conseguiu conquistar espaço recentemente e já divide opiniões, inclusive entre médicos. Alguns são contra, mas muitas usuárias do produto o defendem com convicção. O coletor menstrual é um copinho de silicone hipoalérgico e antibacteriano, ajustável ao corpo e que coleta o sangue da menstruação. Ele é maleável, o que facilita o seu uso.
No Brasil, os preços variam de R$ 85 a R$ 150, mas dificilmente são encontrados em farmácias. Porém, algumas empresas vendem pela internet. O coletor se tornou conhecido por ser uma opção econômica, já que pode ser reutilizado diversas vezes e também por ser ecologicamente correto. Não existem contraindicações, mas não é aconselhável para mulheres que nunca tiveram relações sexuais ou que acabaram de ter filhos. Esta é uma boa alternativa para quem já teve reação alérgica aos outros tipos de absorventes.