No último dia 10 de novembro, o contador de histórias mais criativo de nosso tempo, Neil Gaiman, completou 56 anos. Natural de Port Chester, Inglaterra, o escritor enfrentou diversas batalhas até ser aceito por uma editora. Devido à rejeição obtida por diversos editores, Gaiman adotou o jornalismo como forma de fazer conexões que o ajudariam a ser publicado mais tarde. Assim, ele iniciou fazendo entrevistas e escrevendo crítica literária.
Aos 20 anos, teve seu primeiro título publicado, Violent Cases, pela editora inglesa Titan. Foi com este trabalho que Gaiman iniciou sua parceria com o ilustrador britânico, Dave Mckean, que ficou conhecido por desenhar a graphic novel "Asilo Arkham”, de Grant Morrison. Só que foi seu trabalho como capista de Sandman que o eternizou entre os fãs de quadrinhos. Mais tarde, Neil assinou contrato com a DC Comics, resultando na minissérie Orquídea Negra. Ele também participou de histórias isoladas do Monstro do Pântano e de Hellblazer. Durante esse tempo, a editora pediu para Gaiman retraçar o destino de Sandman, e com isso, o personagem passou de detetive na sociedade da justiça para entidade divina.
Totalizando 75 edições, "Sandman" ganhou reconhecimento da crítica e se tornou o carro-chefe do selo Vertigo, que é destinado a um público mais adulto. A história conta as aventuras de Morpheus, a personificação do sonho. O autor recebeu prêmios ao redor do mundo por sua obra. No Brasil, a Panini Books publicou todas as edições em uma série de quatro encadernados. Ao redor do mundo, a saga do personagem foi organizada em dez volumes.
Em 1991, Gaiman publicou The Books of Magic, uma minissérie de quatro partes que relata uma excursão às partes mágicas e mitológicas do Universo DC. A história foca em um adolescente inglês chamado Tim Hunter, ele descobre que talvez seu destino seja se tornar o maior mago do mundo.
Neil escreveu para Marvel Comics a minissérie 1602. Nela, era mostrada uma realidade alternativa, em que os personagens principais da editora viviam na Inquisição.
Escrever quadrinhos não é o único talento de Gaiman. Pelo contrário, o autor já percorreu e ainda percorre por quase todas as 11 artes. Isso mesmo, 11. Além dos quadrinhos e da literatura, Neil já fez trabalhos relacionados a música, ao teatro, ao cinema e aos jogos de computador. O sucesso dele não é à toa, afinal, são poucos os autores que conseguem somar tantas faces do mundo das artes.
Em colaboração com Terry Pratchet, seu primeiro romance, Boas Maldições, foi lançado em 1990. Seis anos depois, Gaiman lança “Neverwhere”, em português, Lugar Nenhum, sendo seu segundo livro e o primeiro de somente sua autoria baseado no roteiro de uma minissérie de mesmo nome que Neil escreveu para NBC. Já em 1999, o autor entrega para o mundo Stardust, que além de ter versões ilustradas, também foi adaptado ao cinema em 2007.
Aqui vai uma curiosidade: enquanto Neil Gaiman escrevia o livro Deuses Americanos, seus editores criaram um site promocional, ao estilo blog, em que o autor descrevia o processo cotidiano de criar o romance. Após sua publicação, o blog evoluiu para um website oficial de Gaiman. Desde então, ele ainda adiciona textos regularmente e descreve seus métodos.
“Deuses Americanos” foi lançado em 2001 e fez um escandaloso sucesso de público e crítica. Em 2011, uma versão comemorativa de aniversário foi publicada contendo mais 12 mil palavras que o original. Apesar de nunca ter escrito uma continuação direta da obra original, Neil já desenvolveu histórias para algumas de suas personagens.
Sendo multimídia, Gaiman já fez vários trabalhos tanto para o cinema como para a televisão. Ao lado de seu amigo de longa data, Dave Mckean, ele escreveu o roteiro do filme "Máscara da Ilusão". Neil também adaptou para a língua inglesa o anime “Princesa Mononoke”. Ao lado de Roger Avary, ele roteirizou o grandioso filme “A Lenda De Beowulf” e participou da adaptação de “Coraline”. O autor também escreveu o roteiro de dois episódios de “Doctor Who”. O primeiro, “The Doctor’s Wife” foi transmitido em 2011 durante a sexta temporada da série e lhe garantiu o Prêmio Hugo por melhor apresentação dramática. Já o segundo episódio, “Nightmare in Silver”, foi ao ar na sétima temporada, em 2013.
Atualmente, as obras de Neil Gaiman caminha para outras mídias. Em 2015, o canal estadunidense Starz encomendou uma temporada completa de “Deuses Americanos”, adaptando o livro de mesmo nome de Gaiman. O romance conta a história de um ex-condenado que vaga por uma América atual repleta de deuses mitológicos da antiguidade. No início deste ano, a série “Lúcifer” estreou no canal Fox e trouxe personagens baseados em Sandman.
Isso é apenas uma palinha de tudo que Neil Gaiman já criou e reinventou. Os próximos anos prometem muitas outras adaptações de suas geniais obras. Aproveite esse final de semana e tire um tempo pra ler alguma de suas produções, que tal?