Hoje, dia de finados nos lembrarmos das pessoas que escaparam da existência, mas que permanecerão em nossas memórias. A morte é um tema de amplitude histórica que suscita vários questionamentos e sensações. E, por ser algo tão milenar, é encarada de várias formas por diferentes culturas.
É impossível falar em morte sem falar no dia de finados. Tradição que é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a data é relembrada em vários países do mundo. No Brasil, por exemplo, os cemitérios ficam cheios durante a data, geralmente tristes, parentes visitam entes que partiram, realizam cultos religiosos e levam flores.
Já no Japão e no México, por exemplo, os mortos são relembrados no período de três dias. Na Espanha, o dia primeiro de novembro é escolhido para as memórias, e no Haiti, tambores são tocados, cumprindo crenças católicas e vudu. O dia de finados, claramente, trata-se de uma data característica da igreja católica. Outros segmentos religiosos, como o espiritismo e parte dos protestantes, não encaram o dia de forma tão comum.
Falar em morte evoca vários temas estudados em várias áreas do conhecimento. A filosofia, por exemplo, trabalha a partir de várias perspectivas e autores, como Sêneca, Michel de Montaigne e Martin Heidegger. Biologicamente falando, a certeza da morte, no campo científico, é uma certeza praticamente irrefutável. O ser humano morre por sua condição de vulnerabilidade e, portanto, pelo desgaste físico ao longo do tempo. A forma pela qual lidamos com a morte, como seres humanos, depende da situação. Certos indivíduos, por exemplo, encontram na experiência religiosa o conforto e a certeza da eternidade. E pensar a morte também nos ajuda a lidar com situações extremas e de complexidade considerável. Um exemplo são os cuidados paliatos de pacientes terminais. Muitos estudiosos e profissionais da saúde defendem a necessidade de garantir uma qualidade de morte ao paciente.