Hoje, 15 de outubro, é o dia em que homenageamos os responsáveis pela Educação e o conhecimento no país. São profissionais que trabalham desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. É o dia do professor.
Sem professores, uma das mais importantes profissões desempenhadas no mundo, seria bem complicado transmitir o conhecimento. O imperador Dom Pedro I instituiu no dia 15 de outubro de 1827 um decreto que criou o ensino elementar no Brasil. Assim, deveriam ser criadas Escolas de Primeiras Letras em todas as cidades, vilas e lugarejos do país. O Decreto também estipulava as condições trabalhistas dos professores e uma regulamentação para os conteúdos a serem aplicados.
Mas foi apenas 120 anos depois, em 1947, que aconteceu a primeira comemoração de um dia destinado ao professor. Foi em São Paulo que quatro profissionais da área tiveram a ideia de criar nessa data uma confraternização em homenagem aos professores. Não apenas por isso, para que também houvesse uma pausa no longo período letivo do segundo semestre, que ia do dia primeiro de junho até 15 de dezembro. A comemoração se tornou um sucesso e não demorou a se espalhar pelo Brasil nos anos seguintes. Ela foi oficializada nacionalmente em 1963, pelo Decreto Federal 52.682, que definia a data como feriado escolar.
Voltando algumas centenas de anos no tempo, encontramos a história do local onde esses profissionais trabalham: a escola. Se considerarmos apenas o modelo de escola que temos atualmente, temos que a primeira surgiu na Europa no Século XII. Na Grécia Antiga, as crianças eram educadas sem divisão em séries ou salas de aula. Já na Europa Medieval, o conhecimento se manteve restrito a poucos nobres adultos e aos membros da igreja.
A palavra “escola” vem do grego scholé, que significa “lugar do ócio” ou “lugar do repouso”. Isso porque quando elas surgiram, as pessoas a frequentavam em seu tempo livre, para refletir. De acordo com a literatura, as primeiras formas de ensino surgiram com os sumérios há aproximadamente 4.000 a.C. Por sua grafia ser semelhante a cunhas, a escrita desses povos foi denominada de cuneiforme. Com isso, foi possível o armazenamento de conhecimento e a possibilidade de transferi-lo a outros. O saber escrever era ensinado em casa, de pai para filho, o que viabilizou a criação de escolas.
Por volta de 378 a.C., o filósofo Platão criou uma espécie de escola em que se estudavam disciplinas por meio de questionamentos. Dentre elas, estavam matemática e filosofia. Esse protótipo ficava nos "Jardins de Academos", nome dado em homenagem à um herói da mitologia grega e daí vem o termo “academia”.
Saltamos agora pro ano 343 a.C. Nesse período, era comum que famílias ricas pagassem um preceptor, um mestre com mais conhecimentos para guiar as crianças nos estudos, como foi o caso de “Alexandre, o Grande”, que teve como mestre Aristóteles. No Século IV a.C., são idealizadas as primeiras escolas, eram locais onde mestres ensinavam gramática, física, música, poesia e eloquência oral, só que não existiam salas de aula como hoje. Foi um modelo que perdurou por séculos até as escolas modernas.
Agora passando para um momento d.C., surge a Universidade de Al Karuyine, na cidade de Fez, no Marrocos. Ela existe até os dias de hoje e é considerada a primeira universidade do mundo no sentido moderno do termo. A Instituição é dividida em departamentos com conhecimento de diferentes áreas.
A humanidade continua sua trajetória e, no Século XII surgem na Europa as primeiras escolas nos moldes das atuais, em que as crianças se acomodam em carteiras e temos professores em salas de aula. Todo esse aparato educacional vinha de instituições de caridade católicas que tinham como objetivos ensinar a ler, escrever, contar e, paralelamente, transmitir lições do catecismo.
No entanto, na Itália, em 1158, o imperador do Sacro Império Romano-Germânico Frederico Barba Ruiva, fundou a Universidade de Bolonha, sendo a primeira em toda a Europa. Na maior parte do continente, o conhecimento era restrito ao clero e Bolonha surge como uma exceção a essa linha.
Atravessando o atlântico e adentrando no período conhecido como “as grande navegações”, chegamos ao Brasil em 1559. Nesse ano, um grupo de jesuítas funda a primeira escola do país, em Salvador. Quase no fim do século XVIII, o então imperador do Brasil solicitou a criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Com o tempo, passou a agregar outras especialidades e tornou-se, em 1920, a escola politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A movimentação em solo europeu por conta de Napoleão Bonaparte obrigou Dom João VI, em 1808, a transformar a colônia portuguesa na América em sede do governo português. A mudança foi benéfica para o Brasil na época, pois assim foi fundada a primeira faculdade do país, a Faculdade de Medicina da Bahia. Lá, formou-se a primeira médica em território nacional, Rita Lobato Velho Lopes.
Dezenove anos depois, surgem no Brasil as duas primeiras Faculdades de Direito. De uma vez, Dom Pedro I funda a Faculdade de Olinda e a do Largo São Francisco, em São Paulo, sendo que a São Francisco formou presidentes brasileiros, como Washington Luís e Jânio Quadros.
No Século XX, mais especificamente em 1912, é fundada a Universidade Federal do Paraná, a primeira em território nacional a já surgir com esse status. O certo é que o modo de se ensinar não é constante. A cada geração, novos métodos são criados para se transmitir o conhecimento. Nós do Matéria-Prima cumprimentamos e agradecemos a todos os professores pelo árduo e importante trabalho que desempenham. Parabéns pelo seu dia!
Imagem: Portal Metrópoles