top of page

Protesto e polêmica na política

No último domingo, aconteceram as eleições municipais. Os brasileiros foram as urnas votar nos candidatos a prefeito e vereador escolhidos por eles para representa-los em suas cidades. Na verdade, nem todo mundo escolheu, já que as últimas eleições tiveram um número altíssimo de abstenções, votos nulos e votos em branco.

Em Goiânia, 20% dos eleitores não escolheram nenhum candidato a prefeito e, a situação se agravou mais em algumas partes do país. Na capital paulista, por exemplo, brancos, nulos e abstenções somaram juntos 3.096.304, ultrapassando o número de votos do primeiro colocado, o tucano João Doria, eleito no último domingo com 53,3% dos votos válidos. Ao contrário do que muitos acreditam, apesar de ser uma forma de protesto, o grande número de votos nulo e abstenções não invalidam a eleição.

Mas a insatisfação do eleitor brasileiro não acaba por ai. Devido às diversas crises que o Partido dos Trabalhadores (PT), sofreu nos últimos tempos, muitos eleitores se sentiram “traídos” pelo partido da ex-presidenta da República. Em virtudes deste fator, e a crescente indignação do brasileiro com a política, e principalmente com os políticos em geral, um novo partido emergiu como porta voz da esquerda brasileira, o Psol, Partido Socialismo e Liberdade.

Na segunda maior capital do país, o Rio de Janeiro, o partido conseguiu emplacar seu candidato a prefeito, Marcelo Freixo, na disputa do segundo turno. Freixo disputa, no dia 30 de outubro, a prefeitura do Rio de Janeiro contra o candidato do partido republicano brasileiro, PTR, Marcelo Crivella.

Em goiás, dos 245 municípios, 77 tiveram prefeitos do maior representante da direita brasileira PSDB (Partido Social Democrata Brasileiro), eleitos. A coligação “uma nova Goiânia”, a qual o PSDB pertence também conseguiu emplacar seu candidato a prefeito de Goiânia no segundo turno. Vanderlan, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), disputará a prefeitura da capital com o pmdebista Íris Rezende no próximo dia 30.

Saindo um pouco de eleições, mais ainda na política, o discurso da atual primeira dama do país Marcela Temer na última quarta-feira deu o que falar. Marcela participou do lançamento do programa “Criança Feliz”, que fará parte do “Bolsa Família”. Lançado pelo governo federal como resposta as críticas da falta de investimento na área social do país.

Casada há treze anos com o presidente Michel Temer, formada em direito e mãe de um menino de sete anos que leva o mesmo nome do pai, Marcela, de 33 anos, é conhecida pela conduta discreta, dedicada à família e não dada ao assédio da mídia, e também pela beleza e pelo estilo recatado. Quem não se lembra da polêmica do “bela, recatada e do lar” gerada a partir de um artigo da revista “Veja” que falava sobre a primeira dama?. Na quarta-feira, novamente, a figura de Marcela foi imposta para as mulheres do país como o padrão a ser seguido.

Em seu discurso, a atual primeira dama se declarou embaixadora voluntária do programa e dirigiu sua fala, com tom calmo e emotivo como anunciado pela grande mídia, diretamente as mulheres. As reações não demoraram, mulheres usaram as redes sociais para criticar o excesso de conservadorismo da fala de Marcela. Desde a roupa usada por ela até o tom e a postura, toda a imagem que passada em seu discurso de três minutos foi rebatida e desconstruída por internautas. A ideia de que só mulheres devem cuidar das crianças, e que isso tem que ser um trabalho voluntário também gerou muitas críticas. Afinal, o cuidado com as crianças é dever de todos no país e pessoas que trabalham com elas estudaram para isso e merecem ser remuneradas pela sua formação.

Até a deputada Manuela D’Avilla, publicou em sua página do facebook uma carta dirigida à primeira-dama, na qual comenta o programa Criança Feliz. Manuela destacou que o programa pode ser importante, mas que as condições em que a maioria das mães vive hoje está distante da realidade proposta. A deputada disse em sua carta que a absoluta maioria das mulheres torce pra conseguir uma vaga em creche quando o bebê tem cem dias para fazer a adaptação nos últimos vinte dias da licença e, outras, passam o dia angustiadas, pois deixam uma "vizinha" cuidando do bebê em ambientes não adequados. Ela também salientou a dificuldade que as mulheres sofrem com a amamentação, e as comuns demissões que acontecem a mulheres que acabaram de ter um bebê. Essa polêmica se somou as outras tantas do governo Temer, que mesmo recente, já gerou muito mal-estar em relação ao papel em que tenta colocar as mulheres do país, sempre como coadjuvantes e nunca como protagonistas.

bottom of page