O escritório do presidente da Turquia informou neste sábado que 265 pessoas morreram na tentativa de Golpe de Estado durante a noite de ontem. O golpe foi conduzido por militares e civis contrários ao presidente Recep Tayyip Erdoğan. Os confrontos resultaram em cenas de violência na capital do país, Ancara, e na cidade de Istambul. Milhares de pessoas, muitas agitando bandeiras turcas, enfrentaram os soldados rebeldes, tanto subindo nos tanques implantados nas ruas, como recebendo Erdoğan no aeroporto de Istambul.
Recep Tayyip Erdoğan estava de férias em um resort no balneário de Marmaris e retornou ainda ontem para combater a ação dos militares. O governo ainda anunciou que estuda reinstaurar a pena de morte para punir os participantes da tentativa de golpe. Segundo o ministro do interior, Efkan Ala, os líderes da revolta foram presos e a situação está sob controle. Foi pedido para que os partidários do presidente permaneçam nas ruas prontos para eventuais novas tentativas. Após uma mobilização de tropas em Istambul e Ancara, as forças armadas turcas proclamaram lei marcial e um toque de recolher em todo país. Os líderes do golpe justificaram a revolta pela necessidade de “garantir e restabelecer a ordem constitucional, a democracia, os direitos humanos, as liberdades e para deixar a lei prevalecer”.
Já o presidente Erdoğan denunciou o golpe como traição, liderada por soldados que ele acusa estarem ligados a Fethullah Gülen, escritor e crítico do regime de Erdoğan, que se mudou para os Estados Unidos em 1999 acusado de traição. O exército do país já realizou três golpes de estado, em 1960 e 1971 e um e em 1980. Na época também forçou um governo de inspiração islâmica a deixar o poder sem violência em 1997.